Nossa, há quanto tempo moro nesse planetinha horrível! Só esta estadia já duram 23 anos! Oh, que horror! A gente devia ganhar extras por tempo de serviço... dá muito trabalho viver por aqui, sabia? É, o ar é horrível, o som ensurdecedor... Benditas sejam as espécies que conseguiram viver aqui até agora, valha-me Rehgza! Sinceramente, elas fazem milagres todos os dias!
Mas a proximidade do fim do mês de outubro me remete sempre ao dia das bruxas. Nunca vou me esquecer todos os dias das bruxas que já passei nesse planeta. Bom, as primeiras vezes que eu vivia não existiam dia das bruxas mas existiam... bruxas! Tá, tudo bem, sempre disseram que elas sabiam fazer coisas do arco da velha, como voar (e daí? Eu também sei!), por fogo nas coisas com o poder da mente (pra que elas usariam o poder da mente pra por fogo nas coisas se a faísca servia bem melhor, obrigada?), enfeitiçar homens (uns... eu acho que isso se chama hipnose ultimamente... ou é golpe do baú? Não sei, depende do dicionário, provavelmente) e outras coisas do tipo. Sinceramente nunca vi nenhuma delas fazendo tal tipo de coisas, provavelmente porque sabiam que havia coisas mais úteis pra fazer que isso... mas muitas delas morreram com isso.
Daí vem algo que não faz sentido pra esse meu cérebro desenvolvido: porque hoje celebram o dia delas se antes as queimavam na fogueira (se eram bruxas não podiam se livrar do fogo?) ou as afogavam (em água ou óleo fervente, ao gosto do freguês)? Ah, deve ser pra pedir desculpas, né? Se bem que acho que elas tão meio mortas pra se importarem com esses pedidos de desculpas.
Mas é divertido ver as pessoas comemorarem o dia das bruxas. Nunca vou me esquecer o meu primeiro, quando ele já tinha se tornado uma festa internacional mundialmente conhecida (desculpe o pleonasmo, mas foi necessário!). É, porque antes a gente tinha que permanecer na Terra sem se envolver com as pessoas e tal, mas depois que nos pegaram e todo o planeta ficou sabendo que estávamos entre os humanos só nos restou mandar a discrição pra cucuia e estar realmente entre eles para melhor estudá-los.
O primeiro dia das Bruxas. Foi realmente inesquecível. Eu estava sozinha em casa, não tinha ninguém para abrir a porta quando algumas crianças com roupas esquisitas tocaram a campainha. Fui atender feliz da vida:
- Doces ou sustos?
Bom, tinha um saco com balas nas mãos delas, então achei que estavam oferecendo! Respondi "Doces!" e fiquei esperando.... e elas ficaram esperando... até que ficou constrangedor pros dois lados e ambos desistimos. Eu não entendi nada, eles ofereceram doces e então não queriam dá-los? Voltei revoltada para meu canto mas nem tive tempo de me sentar quando novas crianças esquisitas voltaram para a porta, com o mesmo discurso esquisito:
- Doces ou Sustos?
Bom, se da última vez eu disse doces e não deu certo, deve ser por que deveria ter dito sustos! E eis que elas se entreolharam e, com cara de poucos amigos, foram embora. Pelo menos foi algo mais rápido dessa vez que da outra. Mesmo assim, não entendi nada e resolvi procurar na Internet algo que pudesse me explicar o que estava acontecendo. Mas antes que eu pudesse encontrar alguma coisa - lembrem-se que isso já faz anos e os computadores liberados para uso alien na Terra eram lentos! - novamente tocou a campainha. Novas crianças vestidas de forma estranha. Antes que pudessem dizer qualquer coisa eu entrei em desespero: era uma pergunta com duas respostas possíveis, eu já tinha dado as duas e não tinha acontecido nada, só mais e mais crianças passando pela minha porta! Frente a um momento de desespero alienigena em terras estranhas, comecei a chacoalhar a criança enquanto perguntava:
- Afinal, o que você quer que eu responda? Diga, diga, o que isso quer dizer? Vocês estão tentando me deixar louca?
Foi então que aconteceu o mais exótico: as crianças que tinham ficado soltas começaram a me empurrar para salvar o cúmplice e saíram correndo, ao invés de me responder. Depois quando a gente coloca no relatório "ações grupais violentas sem explicação" eles reclamam dizendo que não fazem isso, que é intriga nossa! Mas sei que pelo resto do dia todos atravessavam a rua quando passavam pela frente da casa e no dia seguinte fui transferida para evitar transtornos de observação.
Hoje em dia sei que fiz de errado. Quando acabou tudo me explicaram: eu tinha que distribuir (mais) balas pras crianças (como se elas já não tivessem o suficiente!). E o susto quem era pra ter dado era elas, mas acho que ninguém esperava esse tipo de resposta da minha parte. Nessas horas que eu acho que deviam mandar para nós o manual de sobrevivência na Terra... Mas errando a gente também aprende!
(Primeira vez publicado em 30102005)
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Os humanos têm manias esquisitas - e eu já falei disso para vocês. Mas algo que eu nunca vou conseguir entender, entre as milhares de manias que eles têm, é a mania de fim de mundo.
Só nos últimos, digamos, 15 anos, eles já previram que o mundo acabaria umas 3 vezes. Que eu saiba - afinal eu não recebo reportes de todos os anúncios sobre o final do mundo que existem por aí, né? Eu acho....
De qualquer forma, eles são bitolados nessas histórias. O mundo vai acabar porque Nostradamus previu, porque está no apocalipse, porque está indicado pelas pesquisas dos Maias, porque um maluco calculou que era a hora, porque ele não tem mais nada de melhor para fazer no final de semana e resolveu se acabar.... seja qual for o motivo, vira e mexe alguém fala sobre isso. E alguns acreditam, outros não, em geral o mundo não acaba e a vida (bem ou mal) continua.
Nessas horas, eu me lembro lá da minha terrinha, Plutão. Vou dizer: lá o mundo não costuma acabar uma vez por semana, não. Talvez porque não tenha muita gente para querer que o mundo acabe por ali, talvez porque a gente é feliz e acha que está bem continuar, talvez... talvez porque a gente tem coisa melhor a fazer do que acabar com o mundo. Mas... bom, nunca se sabe, não é?
A verdade é que não entendo. E os próprios humanos também não entendem. Muitos já nem levam a sério esse papo de "mundo acabar". E os que levam, ficam com medo do que acontece após a morte, achando que tem um cara do mal que vai mandá-las para um lugar ruim se elas não tiverem se comportado direito enquanto estavam vivas. Agora me explica: se quando elas estavam vivas só pensavam em como seria depois que morressem, poderíamos dizer que se comportaram direito antes de morrer? Elas realmente se comportaram? Você consegue fazer algo direito quando esetá preocupado com outras coisas, como... sei lá, não sei? Boa pergunta, hein?
Bom, se o mundo acabar, espero que eu consiga encontrar a todos no outro lado. Ou melhor: não vou encontrar ninguém porque vou me aproveitar do final súbito da minha missão e tirar férias em algum lugar distante - de preferência. De qualquer forma, você não ficará sabendo disso se o mundo acabar, porque não terá a oportunidade de ler esse texto. Assim... bom, se você terminou essa leitura, sorria: o mundo não acabou. De novo.
(Agora volte a fazer as coisas que tinha que fazer e deixou de lado porque... vai que estão certos e o mundo acaba mesmo, para que se preocupar?)
Só nos últimos, digamos, 15 anos, eles já previram que o mundo acabaria umas 3 vezes. Que eu saiba - afinal eu não recebo reportes de todos os anúncios sobre o final do mundo que existem por aí, né? Eu acho....
De qualquer forma, eles são bitolados nessas histórias. O mundo vai acabar porque Nostradamus previu, porque está no apocalipse, porque está indicado pelas pesquisas dos Maias, porque um maluco calculou que era a hora, porque ele não tem mais nada de melhor para fazer no final de semana e resolveu se acabar.... seja qual for o motivo, vira e mexe alguém fala sobre isso. E alguns acreditam, outros não, em geral o mundo não acaba e a vida (bem ou mal) continua.
Nessas horas, eu me lembro lá da minha terrinha, Plutão. Vou dizer: lá o mundo não costuma acabar uma vez por semana, não. Talvez porque não tenha muita gente para querer que o mundo acabe por ali, talvez porque a gente é feliz e acha que está bem continuar, talvez... talvez porque a gente tem coisa melhor a fazer do que acabar com o mundo. Mas... bom, nunca se sabe, não é?
A verdade é que não entendo. E os próprios humanos também não entendem. Muitos já nem levam a sério esse papo de "mundo acabar". E os que levam, ficam com medo do que acontece após a morte, achando que tem um cara do mal que vai mandá-las para um lugar ruim se elas não tiverem se comportado direito enquanto estavam vivas. Agora me explica: se quando elas estavam vivas só pensavam em como seria depois que morressem, poderíamos dizer que se comportaram direito antes de morrer? Elas realmente se comportaram? Você consegue fazer algo direito quando esetá preocupado com outras coisas, como... sei lá, não sei? Boa pergunta, hein?
Bom, se o mundo acabar, espero que eu consiga encontrar a todos no outro lado. Ou melhor: não vou encontrar ninguém porque vou me aproveitar do final súbito da minha missão e tirar férias em algum lugar distante - de preferência. De qualquer forma, você não ficará sabendo disso se o mundo acabar, porque não terá a oportunidade de ler esse texto. Assim... bom, se você terminou essa leitura, sorria: o mundo não acabou. De novo.
(Agora volte a fazer as coisas que tinha que fazer e deixou de lado porque... vai que estão certos e o mundo acaba mesmo, para que se preocupar?)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Há 2 semanas, um amigo (humano) disse no Twitter: "Vai ter chuva de satélite".
A princípio, ri, como uma alien de bom senso e bom humor: só poderia estar fazendo uma piada. Nunca haveria chuva de satélites. Nunca ouvi falar de luas caindo sobre a cabeça de ninguém, e achava impossível que a Terra tivesse começado com a moda - até porque eles só têm uma lua, não podem desperdiçar a que tm dessa forma.
Mas eis que estou feliz da minha vida olhando as informações sobre o que os humanos andam aprontando quando - surpresa! - descobri que a brincadeira era séria. Um satélite artificial que havia sido desativado iria cair na superfície.
Quando vi a reportagem, fiquei pensando: novamente os humanos aprontavam das suas. Jogam de tudo no espaço e depois essas coisas voltam pra Terra. Pelo menos eles controlam a queda, não é? ou... Não. Continuando a reportagem, o que estava escrito? Que eles não tinham idéia de onde o tal satélite cairia.
Gente, como pode? Esse é o tipo de coisa que precisa ser controlada! Por favor! De preferência, garantido que não represente perigo algum! Aliás, não deveria nem ocorrer: eles deveriam dar um jeito de evitar isso!
Mas a melhor parte da reportagem foi a que eles disseram que a queda não representará perigo para as pessoas e que eles não sabem onde vai cair, embora saibam que não será na América do Norte. Peraí: eles não sabem onde vai cair e tem como ter certeza que ninguém vai se prejudicar na queda? Como?
Minha única possível resposta foi: porque não vai cair na América do Norte. Se caísse lá, problema. Não caindo, sem crises.
Na minha próxima vinda a Terra, vou escolher melhor onde vou morar....
NOTA: talvez os sistemas de comunicação tenham perdido o interesse sobre o assunto, mas até onde eu saiba, ninguém declarou onde os pedaços do satélite cairam... embora haja boatos na boca pequena que uma parte dele caiu em uma casa da Argentina.
A princípio, ri, como uma alien de bom senso e bom humor: só poderia estar fazendo uma piada. Nunca haveria chuva de satélites. Nunca ouvi falar de luas caindo sobre a cabeça de ninguém, e achava impossível que a Terra tivesse começado com a moda - até porque eles só têm uma lua, não podem desperdiçar a que tm dessa forma.
Mas eis que estou feliz da minha vida olhando as informações sobre o que os humanos andam aprontando quando - surpresa! - descobri que a brincadeira era séria. Um satélite artificial que havia sido desativado iria cair na superfície.
Quando vi a reportagem, fiquei pensando: novamente os humanos aprontavam das suas. Jogam de tudo no espaço e depois essas coisas voltam pra Terra. Pelo menos eles controlam a queda, não é? ou... Não. Continuando a reportagem, o que estava escrito? Que eles não tinham idéia de onde o tal satélite cairia.
Gente, como pode? Esse é o tipo de coisa que precisa ser controlada! Por favor! De preferência, garantido que não represente perigo algum! Aliás, não deveria nem ocorrer: eles deveriam dar um jeito de evitar isso!
Mas a melhor parte da reportagem foi a que eles disseram que a queda não representará perigo para as pessoas e que eles não sabem onde vai cair, embora saibam que não será na América do Norte. Peraí: eles não sabem onde vai cair e tem como ter certeza que ninguém vai se prejudicar na queda? Como?
Minha única possível resposta foi: porque não vai cair na América do Norte. Se caísse lá, problema. Não caindo, sem crises.
Na minha próxima vinda a Terra, vou escolher melhor onde vou morar....
NOTA: talvez os sistemas de comunicação tenham perdido o interesse sobre o assunto, mas até onde eu saiba, ninguém declarou onde os pedaços do satélite cairam... embora haja boatos na boca pequena que uma parte dele caiu em uma casa da Argentina.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Humanos fazem regras que eles não sabem por que existem.
Quer dizer, eles sabem, mas eventualmente eles burlam e eventualmente eles ainda tem autorização pra fazer isso daqueles que mandam nas leis e determinam se elas estão sendo seguidas direitinho ou não.
Veja: sob juramento, você não deveria mentir. Omitir não tem problema - afinal você tem o direito de não criar provas contra você, então ficar quieto pode. Mas falar algo que não é verdade não pode. E daí eles pedem autorização para a justiça para poder mentir mesmo que sob juramento. E mentem com amparo da lei.
É proibido dirigir alcoolizado, mas se ninguém te pega, qual o problema? E se você pega alguém (afinal está dirigindo alcoolizado, portanto não tem controle pleno de suas capacidades físicas e não responde tão rapidamente aos estimulos do que se estivesse sóbrio), é preso e acusado de lesão física culposa. Se essa lesão leva a morte, o homicídio é culposo, também. E por culposo - apesar de a palavra não parecer indicar isso - eles querem dizer que não existia a intensão de fazer o ato. Então você pega seu carro sem condições físicas e legais de dirigir e não queria machucar ninguém? Mas hein?
Mais longe: todos são iguais perante a lei. Mas as chances de você ser punido por ela a depender de sua cor, sexo, idade e condição financeira não são as mesmas. Até porque ajustiça pode ser cega, mas os juizes e jurados não...
E todos são inocentes até que se prove o contrário. O que não torna muito claro como é para ser feita essa prova - e quando fica no "minha palavra contra a sua", ao invés do impate, ganha quem tiver melhor prestígio.
Infelizmente os humanos são assim. E nessa semana eles acabaram matando alguém que se dizia inocente. Sua acusação; ter matado um policial. Havia provas contra ele? Sim, mas, pelo que diz a imprensa, elas não era fortes o suficiente para dizer com certeza que ele era o culpado. E se descobrirem que não era? Depois de morto, não adiantará ser perdoado.
A lei que deveria proteger a vida deveria impedir esse tipo de coisa.
Honestamente? Há momentos em que tenho medo dos humanos....
Quer dizer, eles sabem, mas eventualmente eles burlam e eventualmente eles ainda tem autorização pra fazer isso daqueles que mandam nas leis e determinam se elas estão sendo seguidas direitinho ou não.
Veja: sob juramento, você não deveria mentir. Omitir não tem problema - afinal você tem o direito de não criar provas contra você, então ficar quieto pode. Mas falar algo que não é verdade não pode. E daí eles pedem autorização para a justiça para poder mentir mesmo que sob juramento. E mentem com amparo da lei.
É proibido dirigir alcoolizado, mas se ninguém te pega, qual o problema? E se você pega alguém (afinal está dirigindo alcoolizado, portanto não tem controle pleno de suas capacidades físicas e não responde tão rapidamente aos estimulos do que se estivesse sóbrio), é preso e acusado de lesão física culposa. Se essa lesão leva a morte, o homicídio é culposo, também. E por culposo - apesar de a palavra não parecer indicar isso - eles querem dizer que não existia a intensão de fazer o ato. Então você pega seu carro sem condições físicas e legais de dirigir e não queria machucar ninguém? Mas hein?
Mais longe: todos são iguais perante a lei. Mas as chances de você ser punido por ela a depender de sua cor, sexo, idade e condição financeira não são as mesmas. Até porque ajustiça pode ser cega, mas os juizes e jurados não...
E todos são inocentes até que se prove o contrário. O que não torna muito claro como é para ser feita essa prova - e quando fica no "minha palavra contra a sua", ao invés do impate, ganha quem tiver melhor prestígio.
Infelizmente os humanos são assim. E nessa semana eles acabaram matando alguém que se dizia inocente. Sua acusação; ter matado um policial. Havia provas contra ele? Sim, mas, pelo que diz a imprensa, elas não era fortes o suficiente para dizer com certeza que ele era o culpado. E se descobrirem que não era? Depois de morto, não adiantará ser perdoado.
A lei que deveria proteger a vida deveria impedir esse tipo de coisa.
Honestamente? Há momentos em que tenho medo dos humanos....
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Conversar com seres humanos é sempre uma tarefa complicada. E não é só porque eu não tenho muita certeza sobre se eles tem certeza de saber o que estão falando, mas... também porque eles usam expressões que, muitas vezes, não fazem o menor sentido.
A começar pelos ditos populares. Ditos populares, para você que acabou de chegar na terra, são frases de efeito moral cujo sentido por detrás deveria passar algum conselho, ou resumir o que está sendo dito ou... sei lá. A questão é que eles tomam que você deve ser capaz de tirar o que eles querem dizer. E ponto. Por exemplo: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. É poético, concorda? Mas... eles não usam como poesia. Veja o exemplo:
"Beotrano é um rapaz com falta de determinação. Sempre que ele quer fazer algo que não é capaz, ele desiste. Um dia seu pai disse a ele "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e ele melhorou."
O exemplo acima, cujo nome modificamos para manter o anonimato da pessoa, foi visto por um de nossos enviados à Terra. A grande questão é: o que o pai quis dizer? E como o Beotrano soube determinar o que era dito? Nenhum dos dois é água ou pedra! Quer dizer, humanos tem bastante água em seu corpo, mas são seres de carbono. Além disso, o mais perto de pedras que eles tem no corpo quando estão saudáveis são os ossos e dentes. Eventualmente possuem pedras - no sentido pedregoso da palavra - em seu corpo, também, mas não costumam achar muito bom, então... não acho que seria o caso. A questão foi levada a estudo meticuloso entre os nossos parceiros e associados no planeta, que depois de muito avaliar a situação em si, concluiram que eles deveriam estar se referindo a evolução, num momento em que os seres humanos ainda não eram primatas e nem mamíferos, mas sim um ancestral longinquo, que habitava as profundezas dos rios ou mares. Água e pedra seriam os dois ambientes desse homem: á agua, no passado, e a pedra atualmente. A evolução permitiu que ele saísse de um ambiente e fosse para o outro. E o bater até furar? Simples: agora ele é capaz de bater e furar. Antes ele não era capaz, agora é.
Agora, porque o pai de Beotrano disse isso a ele? Bom, nossas equipes chegaram a conclusão de que ele estava mandando o filho evoluir. Foi a coisa que fez sentido, pelo menos para nós.
Na próxima semana, se ninguém for abduzido e mandar que eu vá cuidar disso, dou outros exemplos.
A começar pelos ditos populares. Ditos populares, para você que acabou de chegar na terra, são frases de efeito moral cujo sentido por detrás deveria passar algum conselho, ou resumir o que está sendo dito ou... sei lá. A questão é que eles tomam que você deve ser capaz de tirar o que eles querem dizer. E ponto. Por exemplo: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. É poético, concorda? Mas... eles não usam como poesia. Veja o exemplo:
"Beotrano é um rapaz com falta de determinação. Sempre que ele quer fazer algo que não é capaz, ele desiste. Um dia seu pai disse a ele "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e ele melhorou."
O exemplo acima, cujo nome modificamos para manter o anonimato da pessoa, foi visto por um de nossos enviados à Terra. A grande questão é: o que o pai quis dizer? E como o Beotrano soube determinar o que era dito? Nenhum dos dois é água ou pedra! Quer dizer, humanos tem bastante água em seu corpo, mas são seres de carbono. Além disso, o mais perto de pedras que eles tem no corpo quando estão saudáveis são os ossos e dentes. Eventualmente possuem pedras - no sentido pedregoso da palavra - em seu corpo, também, mas não costumam achar muito bom, então... não acho que seria o caso. A questão foi levada a estudo meticuloso entre os nossos parceiros e associados no planeta, que depois de muito avaliar a situação em si, concluiram que eles deveriam estar se referindo a evolução, num momento em que os seres humanos ainda não eram primatas e nem mamíferos, mas sim um ancestral longinquo, que habitava as profundezas dos rios ou mares. Água e pedra seriam os dois ambientes desse homem: á agua, no passado, e a pedra atualmente. A evolução permitiu que ele saísse de um ambiente e fosse para o outro. E o bater até furar? Simples: agora ele é capaz de bater e furar. Antes ele não era capaz, agora é.
Agora, porque o pai de Beotrano disse isso a ele? Bom, nossas equipes chegaram a conclusão de que ele estava mandando o filho evoluir. Foi a coisa que fez sentido, pelo menos para nós.
Na próxima semana, se ninguém for abduzido e mandar que eu vá cuidar disso, dou outros exemplos.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Sabe, vou contar uma coisa: a vida na Terra é muito estranha.
Vim parar aqui, como muitos outros alienígenas, só de passagem, para ver como esses seres pensantes pensavam que pensavam.
Já faz quase 30 anos que cheguei e, quer saber? Não cheguei a conclusão nenhuma.
Tipo, como posso explicar melhor?
Se eu tentar me explicar melhor, passaria anos só fazendo isso.
Como, porém, eu não quero, deixe-me só tentar dando um exemplo:
Humanos têm problema. No sentido geral disso. Por exemplo, eles não querem que os cachorros façam suas necessidades na rua. Até aí, tudo bem, eu também não quero. e como não temos como dizer ao cãozinho "use o vaso sanitário, querido", o acompanhante do passeio precisa o quê? Sim, exatamente: recolher os dejetos. Sob o olhar repreensivo de outros da espécie dele, que acham um absurdo que um bípede leve um quadrúpide para passear e o autorize - imagine - a defecar no caminho. Ok, cada um na sua. Mas vamos pensar na seguinte situação: um humano come uma bala. Simples, pequena. O que fará com o papel que a embrulha? Óbvio, jogar no lixo. Correto? Errado. O lixo está muito longe - imagine, 10 passos! - e... ele não quer ir até lá só por conta deum papelzinho indefeso. E acha que alguém vai olhar para ele, demonstrando seu descaso contra a sujeira feita? Claro que não. Ao menos, não que eu note.
Moral da história: sujeira da sua espécie pode, de outras espécies não.
Sim, eles são muito estranhos, não acha?
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Os humanos adoram olhar para o céu.
Olham para o céu, vêem estrelas e se perguntam: What in the f**** hell?
(Há traduções para o termo mas... bom, no final a língua universal, segundo conta a lenda, é o inglês, mesmo, então deixa quieto)
O que importa é que agora eles estão discutindo com quantas Luas se faz um planeta. Sabe, né? Plutão tem quatro, Marte tem duas, Júpiter e Saturno têm um monte.... eles não queriam deixar a Terra morrer com umazinha só.
Agora, daí a dizer que "tinha duas mas elas se juntaram em uma" já me parece abusar da minha boa vontade.
Tá, eu estava ocupada demais há 4 bilhões de anos atrás pondo ordem na casa com as minhas QUATRO (hihihi, não vou cansar de dizer isso) luas de Plutão para ficar me preocupando com quantas luas cada planeta tem, mas... ah, sei lá. Me parece uma teoria meio esquisita.
(Não, eu não tenho motivo científico nenhum para achar a teoria ruim. Mas eu posso achar uma teoria ruim e ainda assim ela estar ou não correta, está bem? Agora, imagina: duas luas andando pelo universo, sem se preocupar e bum, uma bate na outra. Vai, no mínimo é brega! Me parece mais jogada para dizer "Na verdade nós temos duas, mas elas estão juntas, então você nem vê." Se é assim, eu sou milhares de bilhares de seres, afinal cada célula desse corpo é uma, não é?)
Assim sendo eu acho que os humanos deveriam parar de viajar na maionese. Eles já deixaram de viajar de ônibus espacial, mesmo, para que vão querer entender o que se passa no espaço? Deixem de viajar na maionese e cada um no seu quadrado - ou eu deveria dizer, cada um com sua lua?
Olham para o céu, vêem estrelas e se perguntam: What in the f**** hell?
(Há traduções para o termo mas... bom, no final a língua universal, segundo conta a lenda, é o inglês, mesmo, então deixa quieto)
O que importa é que agora eles estão discutindo com quantas Luas se faz um planeta. Sabe, né? Plutão tem quatro, Marte tem duas, Júpiter e Saturno têm um monte.... eles não queriam deixar a Terra morrer com umazinha só.
Agora, daí a dizer que "tinha duas mas elas se juntaram em uma" já me parece abusar da minha boa vontade.
Tá, eu estava ocupada demais há 4 bilhões de anos atrás pondo ordem na casa com as minhas QUATRO (hihihi, não vou cansar de dizer isso) luas de Plutão para ficar me preocupando com quantas luas cada planeta tem, mas... ah, sei lá. Me parece uma teoria meio esquisita.
(Não, eu não tenho motivo científico nenhum para achar a teoria ruim. Mas eu posso achar uma teoria ruim e ainda assim ela estar ou não correta, está bem? Agora, imagina: duas luas andando pelo universo, sem se preocupar e bum, uma bate na outra. Vai, no mínimo é brega! Me parece mais jogada para dizer "Na verdade nós temos duas, mas elas estão juntas, então você nem vê." Se é assim, eu sou milhares de bilhares de seres, afinal cada célula desse corpo é uma, não é?)
Assim sendo eu acho que os humanos deveriam parar de viajar na maionese. Eles já deixaram de viajar de ônibus espacial, mesmo, para que vão querer entender o que se passa no espaço? Deixem de viajar na maionese e cada um no seu quadrado - ou eu deveria dizer, cada um com sua lua?
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